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Menires


O Tempo da Pedras Grandes.1
 
O início do megalitismo relaciona-se diretamente com o início da agricultura.

Provavelmente inspirados nos postes de madeira mesolíticos ou ecoando influências anatólicas, os menires funcionam, desde logo, como âncoras simbólicas numa paisagem cuja propriedade começa a ser reivindicada, como consequência da sedentarização e do investimento necessário para o arranque da economia neolítica abertura de clareiras, para construção das cabanas ou para cultivo e pastoreio, abertura de poços, etc.

Para além desta função prática, os menires evocam supostamente os antepassados ​​comuns, criando espaços de sociabilidade, lugares centrais, onde provavelmente tiveram lugar rituais religiosos, reuniões políticas, celebrações festivas, trocas de bens e informações, entre os membros de comunidades dispersas nas áreas envolventes.

Os menires e, mais tarde, as antas, são, em última análise, formas de comunicação (escultura e arquitetura), integráveis ​​nos comportamentos simbólicos comuns à arte rupestre (pintura e gravura).

Foram erguidos menires isolados, pares de menires e pequenos recintos megalíticos (cromeleques), nas fronteiras do Alentejo Central, ao longo do Neolítico antigo.

A concentração, nos arredores de Évora, dos maiores recintos megalíticos (e a maior anta) da Península Ibérica, coincidente com o divisor de águas entre o Tejo e o Sado (a mais importante via natural de trânsito, entre o litoral e o interior alentejano) é, claramente relacionável, pelo menos em termos geográficos, com os concheiros mesolíticos do Tejo/Sado e parece corresponder a um crescimento demográfico e, eventualmente, a uma fase de apogeu do Neolítico antigo regional.

Nesta óptica, é provável que o Freixo do Meio tenha feito parte dessa primeira vaga de neolitização do Alentejo Central, num movimento mais geral de expansão do fenómeno, a partir do litoral, para o interior da Península.


Para saber mais sobre o tema: