O início do megalitismo relaciona-se diretamente com o início da agricultura.
Provavelmente inspirados nos postes de madeira mesolíticos ou ecoando influências anatólicas, os menires funcionam, desde logo, como âncoras simbólicas numa paisagem cuja propriedade começa a ser reivindicada, como consequência da sedentarização e do investimento necessário para o arranque da economia neolítica abertura de clareiras, para construção das cabanas ou para cultivo e pastoreio, abertura de poços, etc.
Para além desta função prática, os menires evocam supostamente os antepassados comuns, criando espaços de sociabilidade, lugares centrais, onde provavelmente tiveram lugar rituais religiosos, reuniões políticas, celebrações festivas, trocas de bens e informações, entre os membros de comunidades dispersas nas áreas envolventes.
Os menires e, mais tarde, as antas, são, em última análise, formas de comunicação (escultura e arquitetura), integráveis nos comportamentos simbólicos comuns à arte rupestre (pintura e gravura).
Foram erguidos menires isolados, pares de menires e pequenos recintos megalíticos (cromeleques), nas fronteiras do Alentejo Central, ao longo do Neolítico antigo.
A concentração, nos arredores de Évora, dos maiores recintos megalíticos (e a maior anta) da Península Ibérica, coincidente com o divisor de águas entre o Tejo e o Sado (a mais importante via natural de trânsito, entre o litoral e o interior alentejano) é, claramente relacionável, pelo menos em termos geográficos, com os concheiros mesolíticos do Tejo/Sado e parece corresponder a um crescimento demográfico e, eventualmente, a uma fase de apogeu do Neolítico antigo regional.
Nesta óptica, é provável que o Freixo do Meio tenha feito parte dessa primeira vaga de neolitização do Alentejo Central, num movimento mais geral de expansão do fenómeno, a partir do litoral, para o interior da Península.
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