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Calcolítico


 

Na primeira metade do III milénio a.C. (Calcolítico)

o Alentejo central viu surgir um número elevado de novos povoados fortificados, desta vez com potentes muralhas de pedra e implantados em locais com elevada defensabilidade natural.

A fundação desses "castros" corresponde a um enxameamento para fora dos melhores solos agrícolas, ocupados extensivamente a partir da segunda metade do IV milénio (Neolítico final) e onde alguns dos povoados de fossos parecem ter desem+enhado o papel de lugares centrais.

O pastoreio e, em alguns casos, a exploração do cobre parecem ter sido a base económica destes novos povoados, geralmente muito pequenos quando comparados com a maioria dos povoados de fossos (e muralhas de terra/paliçadas).

As muralhas destes povoados refletem, de forma muito evidente, o ambiente de insegurança generalizada, provavelmente relacionada com a competição por recursos básicos; o extraordinário crescimento demográfico, patente a partir do Neolítico final, teve inevitavelmente, um impacte ambiental severo, nomeadamente na redução das florestas e, em última análise, na redução da fertilidade dos solos.

Neste quadro, a ocupação de territórios com menor potencial agrícola, parece ter sido um último esforço para sustentar o crescimento demográfico, num contexto de crise anunciada.

Esse esforço fracassou, claramente, em meados do III milénio, altura em que se observa já o declínio demográfico que vai caracterizar os séculos seguintes, ao longo de boa parte do II milénio a. C.

Na área do Freixo do Meio, conhecem-se, por ora, dois povoados fortificados desta época: o Castelo Velho, junto ao Almansor, a cerca de 3 Km, e um outro na Herdade do Vidigal, a cerca de 7 km.

No Calcolítico começaram a ser construídos os tholoi, sepulturas coletivas, cujas plantas se assemelham às das antas, mas que, em vez das lajes megalíticas, usaram pedras de dimensões modestas. A cobertura era, na maior parte dos casos, feita com a técnica da "falsa cúpula". O tholos mais próximo do Freixo do Meio localiza-se nas imediações da Gruta do Escoural, embora existam indícios, ainda pouco explícitos, de monumentos deste tipo nas imediações.

  

                            Plantas de alguns povoados calcolíticos, com muralhas de pedra


                                                                    Leceia, Oeiras








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