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Idade do Bronze:


              Evocação dos povoados de cumeada, fortificados, do Bronze Final, na serra d'Ossa

O Tempo dos Heróis

Depois da crise demográfica que se seguiu ao Calcolítico,  começou, sobretudo a partir de meados do II milénio a.C., um processo lento de reorganização do povoamento, no Alentejo Central.

Novos povoados, sempre fortificados,  vão ocupar os pontos mais altos ou de difícil acesso, de cada região. No Alentejo Central, a maior concentração deste tipo de sítios, vamos encontrá-la nos três pontos mais elevados da serra d'Ossa: Evoramonte, S. Gens e Castelo.

A população, porém, não voltou certamente a atingir os níveis do Neolítico final/Calcolítico. E a floresta autóctone beneficiou naturalmente desta redução.

O Bronze final foi a época em que se impuseram sociedades cada vez mais complexas, hierarquizadas e eventualmente  proto-estatais, dominadas por guerreiros profissionais, uma elite dispondo de armas de bronze, cavalos, carros de guerra... E jóias de ouro.

A par dos grandes povoados de altura, que emergiram na parte final da Idade do Bronze, conhece-se uma rede de pequenos sítios, sem muralhas, cuja cronologia parece, em muitos casos, anteceder a fase de acastelamento e, em outros, ser contemporânea.

Nos arredores do Freixo do Meio não se conhece, até à data, nenhum povoado fortificado desta época. O mais próximo, com os dados atualmente disponíveis, é o Alto do Castelinho da Serra, a cerca de 20 km. 

Porém, existem algumas evidências de comunidades da Idade do Bronze, no raio de 10 km: um pequeno povoado aberto, na Courela da Freixeirinha (inédito) e um depósito ritual no suposto cromeleque do Arneiro dos Pinhais e, eventualmente, algumas sepulturas individuais no Barrocal das Freiras/Lobeira.

A deposição ritual, nesta época, de pequenas taças, junto de menires neolíticos, verificou-se igualmente nos menires de S. Sebastião, Évora, e no menir da Caeira, Arraiolos.

No Bronze Final foram produzidas, no Sudoeste peninsular, as chamadas estelas de guerreiro, algumas das quais reutilizaram menires neolíticos. Conhecem-se igualmente materiais da Idade do Bronze no espólio de algumas antas e sepulturas protomegalíticas, implicando uma reutilização desses monumentos.


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